O CBD é viciante? Desmascarando um mito

O CBD, ou canabidiol, é uma molécula presente na canábis que atrai cada vez mais interesse pelos seus numerosos efeitos benéficos para a saúde. Difere do THC, outro componente bem conhecido da cannabis, pela falta de efeito psicoativo. Perante esta popularidade crescente, algumas pessoas questionam-se legitimamente sobre os riscos potenciais associados ao seu consumo e, em particular, se o CBD pode torná-lo viciado. Neste artigo exploraremos esta questão detalhando as características do CBD e os estudos científicos disponíveis sobre os efeitos desta substância.

Confie na ciência: o que dizem os estudos sobre a dependência do CBD?

Um bom ponto de partida para desmistificar o potencial viciante do CBD é examinar os dados científicos existentes. Vários estudos foram realizados para compreender melhor os efeitos do CBD no cérebro e no comportamento.

As propriedades anti-viciantes do CBD

Curiosamente, algumas pesquisas sugerem que CBD pode ter propriedades anti-viciantes, ou seja, poderia ajudar a reduzir a dependência de outras substâncias. Por exemplo, um estudo publicado na revista “Addiction Biology” em 2020 mostrou que o CBD poderia ajudar a reduzir o uso de cocaína em ratos. Outras pesquisas também mostraram que o CBD pode ajudar a combater o vício em opiáceos.

Risco de dependência do CBD: nenhuma prova científica

Até agora, os estudos científicos não conseguiram estabelecer qualquer risco de dependência associado ao consumo de CBD. Em 2017, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que “no estado atual do conhecimento, o o canabidiol não parece ter potencial de abuso ou ser prejudicial à saúde“.

Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Sydney e publicado na revista “Cannabis and Cannabinoid Research” em 2021 fornece provas adicionais a favor da falta de dependência do CBD. Os autores testaram os efeitos do CBD em ratos e não observaram sinais de dependência física ou psicológica após duas semanas de exposição diária a esta substância.

Assim, de acordo com dados científicos atuais, não há evidências de que o CBD possa causar dependência, seja física ou psicologicamente.

Porquê a confusão entre THC e CBD?

Uma possível razão pela qual algumas pessoas podem se perguntar se o CBD causa dependência é a confusão que muitas vezes existe entre ele e o THC, outra molécula encontrada na cannabis. No entanto, é essencial distinguir claramente os dois.

THC: um componente psicoativo e potencialmente viciante

O tetrahidrocanabinol ou THC é responsável pelos efeitos psicoativos da cannabis, ou seja, provoca sensação de euforia e alteração da percepção. Ao contrário do CBD, o consumo regular de THC pode, na verdade, levar ao vício. Pessoas que consomem grandes quantidades de cannabis rica em THC podem desenvolver dependência psicológica e apresentar sintomas de abstinência, como ansiedade, dificuldade para dormir ou até alterações de humor.

CBD: sem efeito psicoativo e sem dependência

É importante enfatizar que O CBD não causa esses efeitos psicoativos típico do THC. Pelo contrário, é conhecido pelas suas propriedades relaxantes, anti-inflamatórias e analgésicas, entre outras. Além disso, como mencionado anteriormente, não há provas científicas que demonstrem um risco de dependência devido ao consumo de CBD.

As diferentes formas de CBD disponíveis no mercado

Ao procurar informações sobre o CBD, poderá rapidamente ser confrontado com uma vasta gama de produtos disponíveis. Como tal, é fundamental conhecer as diferenças entre estes produtos para escolher aquele que melhor se adapta às suas necessidades e compreender o seu potencial viciante.

CBD puro ou isolado

O isolado de CBD é uma forma muito pura desta substância, contendo normalmente mais de 99% de canabidiol. É obtido através de um processo de extração específico que remove todos os outros componentes da cannabis. Portanto, não contém THC, tornando seu uso legal e seguro na maioria dos países.

Produtos de espectro total e amplo espectro

Os produtos de espectro total são aqueles que contêm todas as substâncias presentes na planta de canábis, incluindo o THC, embora este último esteja presente em pequenas quantidades (geralmente menos de 0,2% para cumprir a legislação europeia). Os produtos a amplo espectro também contém vários componentes de cannabis, mas sem THC.

Resumidamente

Em resumo, os dados científicos disponíveis até agora mostram que não existe risco de dependência associado ao consumo de CBD. Pelo contrário, alguns estudos sugerem mesmo que esta substância poderia ter propriedades anti-dependência. Pode surgir confusão pelo facto de o CBD ser frequentemente associado ao THC, outro componente da cannabis que é psicoativo e potencialmente viciante. No entanto, é importante distinguir claramente entre estas duas substâncias com efeitos diferentes e fazer escolhas informadas sobre os produtos de CBD que consome.

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